Sem poesia, a vida seria a morte.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011


A Manuel Bandeira 
Quando eu estiver mais triste
mas triste de não ter jeito,
quando atormentados morcegos
 um no cérebro outro no peito –
me apunhalarem de asas
e me cobrirem de cinza,
vem ensaiando de leve
leve linguagem de flores.
Traze-me a cor arroxeada
daquela montanha – lembra?
que cantaste num poema.
Traze-me um pouco de mar
ensaiando-se em acalanto
na líquida ternura
que tanto já me embalou.


Meu velho poeta canta
um canto que me adormeça
nem que seja de mentira.


Olga Savary

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