Sem poesia, a vida seria a morte.
domingo, 23 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
domingo, 22 de julho de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Sonhos de mãe
acordar um pouco antes do sol nascer e olhar demoradamente os filhos dormindo..
uma sensação intensa de segurança por ter um anjo sobre o ninho cheio ainda...faz lembrar da dor tão boa do peito cheio de leite nas primeiras madrugadas, do cheiro de criança que paira no ar do quarto iluminado pela luz da lua, do som silencioso do sono dos pequenos..e eu preciso fechar os olhos para sentir a maciez daquela pele doce e fresca ao toque dos meus lábios..o sorriso vem fácil pelo cheiro dos cabelos que acariciam minha face.
A minha própria inocência me toca quando peço que nunca terminem esses dias..
..para sempre vai ser minha oração de começar o dia.. CQ
terça-feira, 3 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
a traição
a vida que se entrega para
a morte que trai
que chega sorrateira, meio sombra
não diz que vai te levar dali alguns dias
e tudo parece tão rotineiro
que nem vale a pena gastar um tempo pensando no fim
a morte que chega hoje,
que chega agora
que chegou há pouco,
tão rotineira a morte
tão rotineira a vida.
A tarefa do dia
é reconstruir tua ausência.
CQ
sábado, 2 de junho de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
quinta-feira, 17 de maio de 2012
quinta-feira, 10 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Uma música e suas partes..ritmo, melodia, som, harmonia. Toque.
Poesia.
ritmo que estrutura um tempo que não passa..
melodia que conecta uma emoção que não cessa..
som que traz harmonia para a dor que não fala..
Poesia que canta o que me conta..o que mais me conta.
Música que toca de leve os cabelos, os pelos, a nuca.
Música cura medos quando toca na pele.
Nem que seja por uns breves três minutos e meio.
CQ
Há dias não come, não tem sede. Chega esse tempo estranho, com estômago cheio apesar de vazio. Uma vez leu num livro que isso era o começo da morte, a dissolução dos quatro elementos e começava assim, pela dissolução da terra, da matéria. Mas não dissolve fácil não, tinha lembrança que ainda havia muito o que passar na pele. Fria. As mãos permaneciam imóveis ao lado da grade da cama, brancas e magras, com um esmalte de semanas quase todo em cacos. Não consegue mexer seu corpo, que tem um peso nunca sentido antes. Tenta levantar a cabeça, mas o olhar só alcança o teto da enfermaria. Deve estar na mesma posição há horas...dias..ouve alguns passos no corredor, alguém se aproxima, descobre seu peito nu. Examina com esse aparelho frio que os médicos usam para escutar o coração..ah, se seu coração pudesse dizer o que sentia ao aparelho.. Olha o soro na cabeceira da cama. Gota a gota. Parece que pode escutar o som de cada gota que entra por sua veia. Os braços doem, pesados...pensa se na morte o frio ainda pode ser pior. Sim, parece que pode. Os poucos pelos se eriçam, seus mamilos enrigecem. Os peitos ardem, cheios. Eram pequenos, mas ficaram tão bonitos na gravidez. Lembra que gostava de tomar sol na janela do quarto se arriscando ser vista seminua. Gostava do risco, se achava bonita e poderia ser admirada..agora era permitido. Num soco seco, falta o ar e uma lembrança. Onde estará seu filho? Ainda podia sentir seus movimentos em seu ventre, mas agora lembra que o parto já tinha acontecido. Muita dor e um momento de escuridão quando viu um anjo sobre sua fronte. Não, eu não posso morrer agora, disse ao anjo, que sorriu uma tristeza. Meu filho? Onde está meu filho? Sentia um líquido quente escorrendo no meio das pernas, molhando suas costas..o médico aos berros: Hemorragia! Ela está parando!
Parou. Voltou. Paralisada dentro desse túmulo de carne e osso onde é frio e nada se mexe. Os passos se aproximam de novo. Alguém mexe no soro, muda a posição da cortina, abrindo a janela. Lá fora um dia cinza. Frio. Ninguém pode ouvir sua súplica silenciosa...seu filho, seu frio. Um instante numa eternidade e adormece. Sente um calor que acaricia o seio, e a dor começa a ir embora. Muitos passos no corredor, um grito.
Tão jovem, tão bela, tão fria. Tão morta.
Sem dor, sem frio, o leite escorre de seus mamilos rijos. O anjo a toma nos braços, ela sorri, saciada. Dissolvida na vida, amamentou sua morte.
terça-feira, 1 de maio de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Você vem,
e descobre a melhor parte de mim
A parte da arte,
a arte da parte, pedaço de mim mais bonito,
e inteiro..
Eu me olho nos teus olhos e parece que tenho um encanto
nesse canto iluminado que não sabia que estava aqui, mas você sim..
Gosto de ver o que sou do teu jeito.
Teus olhos me sonham. E eu realizo.
CQ
domingo, 8 de abril de 2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
Todos os relógios do mundo marcam a mesma hora,
mas toda hora é nova para cada relógio.
Os mistérios do céu se revelam um tanto a mais do possível e
ousado
desnuda a alma que já pensava-se nua e
plena
renova suas dimensões, suas fronteiras, seus ilimites.
E a alma ilimitada se liberta,
se encontra, transmuta e sente.
Se desde Netuno
Vênus rodopia todo o relógio e tonta, já sabe o que busca,
Plutão se diverte assistindo seus domínios ampliados
num Sol tão a pino que não permite mais nenhuma sombra.
Não há como se esconder ou fugir.
O universo se entrega
em intervalos, os conflitos se atenuam e a luz segue livre
num horizonte que transcende, acende, e suavemente preenche.
mais uma vez sempre
hoje meu coração me excede,
no ar flutua e permanece,
estou aqui agora..estou sempre agora.
Claudia Quintana
terça-feira, 20 de março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Eu não sabia que poderia ter sido namorada do Manoel de Barros..ia ser mesmo amorável.
"Eu tive uma namorada que via errado. O que ela
via não era uma garça na beira do rio. O que ela
via era um rio na beira de uma garça. Ela despraticava
as normas. Dizia que seu avesso era mais visível
do que um poste. Com ela as coisas tinham que mudar
de comportamento. Aliás, a moça me contou uma vez
que tinha encontros diários com suas contradições.
Acho que essa freqüência nos desencontros ajudava
o seu ver oblíquo. Falou por acréscimo que ela
não contemplava as paisagens. Que eram as paisagens
que a contemplavam. Chegou de ir no oculista. Não
era um defeito físico falou o diagnóstico. Induziu
que poderia ser uma disfunção da alma. Mas ela
falou que a ciência não tem lógica. Porque viver
não tem lógica – como diria nossa Lispector.
Veja isto: Rimbaud botou a beleza nos olhos e
viu que a beleza é amarga. Tem Lógica? Também ela
quis trocar por duas andorinhas os urubus que
avoavam no Ocaso de seu avô. O Ocaso do seu avô
tinha virado uma praga de urubu. Ela queria trocar
porque as andorinhas eram amoráveis e os urubus
eram carniceiros. Ela não tinha certeza se essa
troca podia ser feita. O pai falou que verbalmente
podia. Que era só despraticar as normas. Achei certo."
Um Olhar - Manoel de Barros
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Meu tempo passa.
Sofro ainda de ter a pele pálida, carecendo de um pouco de leite para a maciez destes vales e calvários a que chamam rugas..
Padeço dessa realidade torta, criada, inventada de doces delírios e sonhos fugazes.
Ando a espreita desse amor de demora, que me toma a alma e o peito cheio de ar..
Peço paciência de estar paciente nesses dias mornos de tardes sem fim, sem começos..
mas que chegam no fim, nas noites em que a lua me fita e me admira no tanto de paz que ainda consigo transbordar apesar dos anos todos de abandono..Choro o choro brando daqueles que choraram pedindo lágrimas invisíveis. E as tenho..sim eu as tenho todas..abençoada pelo escuro da morte, que ninguém veja minha dor.
Olho através da espera desse futuro que escorre entre os dedos.. peço a Deus que ainda me traga dores amáveis, medos curáveis e uma certa alegria sadia.
Peço pouco, mas tudo, por favor.
CQ
sábado, 25 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
sábado, 4 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Vagalumes
Uma luz que vaga na mente
perdida sua noite iluminada
pelos vagalumes da minha solidão acordada.
Fecho os olhos vagamente,
contemplo o templo onde vagam luzes.
Entre as sombras, as palavras, entre as linhas,
Mando notícias de mim ao meu coração exilado.
sábado, 28 de janeiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
domingo, 15 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Pensamentos cardíacos..
Por Carlos Drummond de Andrade
AMOR E SEU TEMPO
Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Por Carlos Drummond de Andrade
AMOR E SEU TEMPO
Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
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